Ma segunda feira, o dólar estava sendo negociado em pressão de baixa moderada, prolongando as perdas contra seus principais concorrentes em meio a um sentimento de risco positivo no mercado.

No final das negociações de ontem, os principais índices de ações dos EUA subiram em média 0,1-0,3%. O S&P 500 encerrou sua oitava sessão consecutiva em máximos recordes.

Os participantes do mercado estavam concentrados no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.

Ontem, o presidente da Reserva Federal reiterou que o regulador usaria suas ferramentas para conter a inflação somente no caso de estar se mantendo acima do nível alvo por um longo tempo.

Entretanto, os comentários do chefe da Reserva Federal sobre a taxa de juros enfraqueceram o dólar americano.

Jerome Powell observou que a redução gradativa do programa de compra de ativos anunciado no início de novembro não sinalizou um novo aumento da taxa.

Neste contexto, o par EUR/USD subiu quase 0,3%, estendendo a recuperação de sexta-feira de 15 meses de baixa e terminando a negociação de segunda-feira em 1,1590.

Esta manhã, o índice do dólar americano continuou a cair e ficou abaixo de 94,00 pela primeira vez desde o anúncio da decisão do Fed sobre sua política monetária na semana passada. O principal par de moedas não hesitou em tirar proveito disso e ficou acima da média móvel de 21 dias em 1,1605. No entanto, não conseguiu se fixar acima deste nível e recuou dos máximos de 3 dias atingidos anteriormente na terça-feira.

Aparentemente, a moeda única europeia ainda está lutando para ganhar o favor dos compradores.

E isto não é surpreendente, dado que o BCE é conhecido por sua firme posição de liderança. Além disso, os dados estatísticos para a zona do euro são ambíguos, e os membros da UE estão agora lutando com a quarta onda de coronavírus.

O indicador ZEW do sentimento econômico atual na zona do euro caiu para 11,6 em novembro de 15,9 pontos registrados um mês antes, enquanto o índice de expectativas econômicas, ao contrário, subiu para 25,9 de 21 pontos registrados em outubro.

"Continuamos cautelosos em relação à zona do euro e sua moeda", disse o Banco Nacional do Canadá.

As perspectivas para o EUR/USD continuam incertas devido a fatores como as restrições da cadeia de abastecimento, o aumento dos casos de COVID-19 além dos altos preços/inflação da energia. Paralelamente, o BCE permanece à margem e, muito provavelmente, se moverá a um ritmo mais lento do que seus homólogos, afirmam os especialistas.

O Banco Mizuho continua a apostar na queda do euro devido aos riscos políticos, o abrandamento do crescimento econômico e às diferenças nas políticas monetárias nos EUA e na Europa.

Segundo os estrategistas do Banco Mizuho, os participantes do mercado continuam a contar com o BCE para aumentar a taxa de juros no segundo semestre de 2022. Entretanto, nenhum membro do Conselho do BCE apoiou o aumento da taxa até agora. Portanto, o euro provavelmente voltará a sua tendência de baixa se as expectativas para este movimento diminuírem. Por outro lado, parece que o dólar americano continuará sua tendência de alta em meio às expectativas de um aumento das taxas no próximo ano.

Os especialistas acrescentaram que o número de casos de COVID-19 estava aumentando no Reino Unido e em outros países próximos à zona do euro. Portanto, há um risco de que os casos de coronavírus também possam aumentar na Europa num futuro próximo. Enquanto isso, os indicadores econômicos da zona do euro vieram pior do que o esperado em outubro e, a partir de então, a recuperação econômica europeia pode desacelerar ainda mais.

"Com relação às conversações da coalizão na Alemanha, os social-democratas chegaram a um acordo básico com os Verdes e o Partido Democrata Livre, e então negociações formais deverão ter lugar. Se estas negociações terminarem sem progresso, isto trará mais riscos políticos", disse o Banco Mizuho.

Enquanto isso, as preocupações com a inflação permanecem na agenda e inspiram esperança nos adeptos do dólar.

Na quarta-feira, os mercados estarão aguardando a liberação dos dados do IPC dos EUA, que deverá subir para 5,8% em outubro, uma leitura recorde desde dezembro de 1990.

As expectativas do mercado de que o banco central americano será forçado a apertar sua política monetária para conter a inflação crescente estão apoiando o dólar americano.

"A moeda americana encontrou resistência na área de 94,47-94,80. Uma ruptura nesta faixa permitirá que os touros de dólar tenham como alvo 96,10 e depois 97,73", disseram os analistas do Commerzbank.

Apenas um fechamento abaixo de 93,45 desencadeará uma queda no índice do dólar americano para a média móvel de 55 semanas em 91,88 e ainda mais para o mínimo de julho em 91,78.

De acordo com o Credit Suisse, o par euro/dólar atingiu seu topo e poderá retomar a principal tendência de baixa em breve.

"O EUR/USD permanece acima do importante nível de apoio de 1,1495-1,1493 (a alta de março de 2020 e 50% de retração da tendência de alta de 2020-2021), com o impulso de curto prazo permanecendo cada vez mais fraco", disse o banco.

"Após uma ruptura de 1.1495-1.1493, o par terá como alvo a área de suporte 1.1377-1.1377 e a faixa de 1.1300-1.1290, onde esperaríamos ver outra pausa. A resistência permanece em 1.1614-18, com um limite ideal de 1.1632-36. Manteremos um viés de baixa tática imediata, embora abaixo de 1.1689-95", acrescentaram os analistas.