As instalações europeias de armazenamento de gás natural estão atualmente abaixo de 40%. Em janeiro de 2022, o consumo de gás na Europa era 1/3 maior do que a média de cinco anos.

O clima nos países europeus é bastante ameno este ano. As temperaturas médias são quase 2,5 graus mais altas em comparação com o ano passado. Entretanto, os proprietários de reservas de gás decidiram usá-las para se protegerem contra os preços altos. A maioria dos contratos com fornecedores utiliza um índice de troca "um mês à frente". Seu preço de greve é atualmente o mais alto de todos os tempos. Em dezembro, o preço do gás foi de US$1.310 por 1.000 metros cúbicos no hub TTF, atingindo um pico de US$2.138. Hoje, tornou-se óbvio que comprar gás no mercado à vista, onde os preços médios desde o início do mês estão em 976 dólares por 1.000 metros cúbicos, é uma decisão muito melhor.

As importações de gás natural para a Europa caíram significativamente em meio à atividade dos países importadores europeus. As entregas da Gazprom para a UE caíram acentuadamente este mês em cerca de 40% e, de acordo com a Gas Infrastructure Europe, (GIE) uma associação que representa os interesses dos operadores europeus de infra estrutura de gás, agora em média 233 milhões de metros cúbicos por dia. Segundo o jornal russo Kommersant, a diminuição dos fornecimentos se deve ao fato de que os consumidores europeus não encomendam gás russo.

O rápido crescimento dos preços do gás na Europa tornou-se uma das razões para isso. Em janeiro, as entregas reais são realizadas de acordo com contratos celebrados antecipadamente, o que significa que hoje o gás é entregue na Europa aos preços elevados de dezembro de 2021, que é de cerca de US$1.400 por 1.000 metros cúbicos. Portanto, a participação do gás natural russo no mercado europeu foi forçada a diminuir em janeiro.

Ao mesmo tempo, as importações de gás natural para países europeus em janeiro mostraram um aumento recorde de 2,7 vezes em comparação com os números do ano passado. Caso a situação com a Ucrânia piore, os preços crescentes na Europa podem aumentar a oferta de gás da Ásia. Entretanto, os fornecimentos de gás natural liquefeito (GNL) ainda não podem substituir o gás fornecido por gasodutos. Os suprimentos de GNL não conseguem compensar o consumo de gás das instalações de armazenamento europeias, que atualmente estão 39% cheias.

Conforme a infraestrutura de gás da Europa, desde 2011, o nível médio das reservas de gás no final da estação é estimado em 36%. O nível mais alto foi atingido em 2020, 53,96%, o mais baixo de todos os tempos em 2018, 18,56%, mas há todos os motivos para acreditar que este número aumentará este ano. A propósito, a estação de aquecimento durará mais dois meses — fevereiro e março. Segundo o CEO da Gazprom, Alexey Miller, março se tornou um verdadeiro mês de "inverno".

A demanda global de gás em 2022 deverá diminuir em 0,9% após um aumento de 4,6%. De acordo com um novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre o mercado de gás, é provável que a demanda na Europa diminua em 4%.

Entretanto, na América do Norte, por exemplo, espera-se que a demanda de gás aumente em 1%, na América do Sul e Central em menos de 1%, e na Ásia em 5%. Uma redução significativa na demanda de gás na Europa será causada principalmente por uma diminuição na produção de eletricidade devido à combustão do gás. Na opinião dos autores do relatório da AIE, a produção de eletricidade diminuirá em 6% em comparação com 2021. Com o tempo mais quente no primeiro e segundo trimestres, a demanda por serviços de aquecimento também poderá diminuir.